Transgênero: 5 Mitos e Verdades sobre a Gravidez Trans Masculina
Desvende agora mesmo os mitos mais comuns sobre a gravidez de homens trans!
A identidade de gênero é uma parte fundamental da vida de cada indivíduo e a jornada de algumas pessoas transgênero envolve questões relacionadas à parentalidade. Embora a concepção e gestação sejam geralmente associadas à experiência feminina, pessoas trans masculinas também podem ter o desejo de engravidar e ser pais. Entretanto, a falta de conhecimento e a presença de mitos em torno da gravidez trans masculina frequentemente geram mal-entendidos e desinformação. Este artigo explora cinco mitos comuns e as verdades que cercam a gravidez trans masculina.
Uma pessoa transgênero pode engravidar?
A possibilidade de uma pessoa transgênero engravidar é influenciada por uma série de fatores, que variam dependendo da identidade de gênero da pessoa e de suas decisões relacionadas à sua saúde e corpo. Para compreender melhor essa questão, é importante considerar vários elementos.
Primeiramente, a cirurgia de redesignação de gênero desempenha um papel significativo. Algumas pessoas transgênero optam por realizar cirurgias para modificar suas características sexuais secundárias e, em alguns casos, para remover órgãos reprodutivos internos, como o útero e os ovários. A decisão de passar por cirurgia é pessoal e pode variar de pessoa para pessoa. Aqueles que optaram por uma cirurgia de remoção de órgãos reprodutivos, conhecida como histerectomia, perdem a capacidade de engravidar, mas não de ter filhos, enquanto aqueles que mantêm seus órgãos reprodutivos internos, como o útero, ainda podem passar pelo processo de gravidez e parto, se assim desejarem.
Quais são os mitos e verdades de gravidez de pessoas trans?
Ainda existe uma série de questionamentos acerca da gravidez de homens transgêneros, por isso é tão importante desmistificar algumas das principais afirmações que são feitas na sociedade e que, muitas vezes, por falta de informações corretas, pessoas trans masculinas tomam como verdades, o que pode interferir negativamente no sonho de gestar um bebê.
Mito 1: Homens trans não podem engravidar
Homens transgênero podem engravidar. A possibilidade de engravidar depende de vários fatores, incluindo se a pessoa trans ainda tem órgãos reprodutivos internos intactos, como o útero e os ovários. Algumas pessoas trans masculinas optam por manter seus órgãos reprodutivos intactos, enquanto outras fazem cirurgia de remoção desses órgãos. Aquelas que não fizeram a cirurgia e ainda têm útero e ovários têm a capacidade de engravidar através de relações sexuais com pessoas que produzem espermatozoides, sejam homens cis ou mulheres trans (não submetidas à cirurgia de redesignação sexual e que mantém a capacidade de produzir espermatozoides). É importante salientar que, as estratégias para engravidar não se limitam a relações sexuais que resultam no encontro de óvulo com espermatozoide. Se o homem transgênero deseja engravidar, mas não possui uma pessoa parceira, ou deseja uma gravidez solo, ou, ainda, se ainda deseja engravidar, mas possui condições que afetam a fertilidade, é possível recorrer às técnicas de reprodução assistida. Portanto, a ideia de que homens trans não podem engravidar é um mito, sendo amplo o leque de possibilidades.
Mito 2: A gravidez trans masculina é impossível com tratamento hormonal
Embora muitos homens trans façam tratamento hormonal para alcançar características físicas lidas socialmente como masculinas e evitar a menstruação, a gravidez pode ocorrer apesar dessas terapias. Os tratamentos hormonais, como a terapia com testosterona, reduzem as chances de gravidez, mas não a tornam impossível. Apesar disto, a recomendação médica, em geral, é que a hormonioterapia seja suspensa por um período de cerca de 3 meses antes da gravidez. Esta suspensão aumenta a possibilidade de gravidez espontânea, quando este for o objetivo, e evita possíveis efeitos dos hormônios sobre o feto, caso o objetivo seja que o próprio homem trans gere a criança. Para o planejamento, é fundamental que todas as dúvidas sejam devidamente esclarecidas com um profissional especialista na área de reprodução assistida.
Mito 3: A gravidez é psicologicamente prejudicial para homens trans
A experiência da gravidez pode ser complexa para homens trans, e muitos enfrentam desafios psicológicos,emocionais e sociais. No entanto, afirmar que a gravidez é psicologicamente prejudicial é um equívoco. Cada indivíduo é único, e a forma como a gravidez é vivenciada depende de vários fatores, como apoio social, aceitação pessoal e circunstâncias individuais. Algumas pessoas trans masculinas encontram na gravidez uma oportunidade de se conectar com sua identidade de gênero e com a possibilidade de serem pais. É fundamental que a sociedade reconheça e respeite as diferentes experiências de gravidez e apoie as pessoas transgênero nesse processo.
Mito 4: Homens trans não podem amamentar
Embora a amamentação seja geralmente associada à experiência feminina, homens trans podem amamentar. A amamentação é possível para qualquer pessoa com glândulas mamárias funcionais, independentemente de sua identidade de gênero. Para muitos homens trans que desejam amamentar, pode ser necessário adotar um regime de tratamento que inclua estimulação das glândulas mamárias, como a sucção regular, bem como a administração de hormônios que auxiliam na produção de leite.
É importante considerar que nem todos os homens trans optam por procedimentos cirúrgicos e estéticos, como é o caso da mastectomia. A experiência de cada homem trans deve ser singularizada, evitando generalizações. Neste sentido, para compreender quais as reais condições de um homem transgênero amamente, é importante considerar o apoio de profissionais de saúde especializados é essencial para garantir que a amamentação seja realizada de forma segura e saudável.
Portanto, é um grande equivoco afirmar que homens trans não podem amamentar, pois deve-se avaliar caso a caso, da mesma forma que é um equivoco afirmar que todas as mulheres cis podem amamentar, quando há fatores que podem interferir neste processo.
Um profissional especializado discutirá todos os aspectos e dúvidas, além de apresentar todas as possibilidades dentro da Jornada da Fertilidade para pessoas LGBTQIAPN+.
Mito 5: A sociedade não aceita a gravidez trans masculina
Embora a sociedade ainda tenha muito a aprender sobre as questões de gênero, a aceitação da gravidez trans masculina está crescendo. Cada vez mais, as pessoas estão se conscientizando da diversidade de experiências de gênero e demonstrando apoio àqueles que escolhem ter uma gravidez. A prova de que estamos progredindo neste sentido, é que hoje existem profissionais como o Dr Sergio Gonçalves que oferece atendimento especializado para população LGBTQIAPN+ com desejo de engravidar.
É muito importante que a sociedade continue progredindo em direção a uma compreensão mais inclusiva e respeitosa das experiências transgênero, incluindo a gravidez.
Conclusão
Em resumo, a gravidez trans masculina é uma faceta da experiência de muitos homens transgênero que é frequentemente mal compreendida e envolta em estigmas. No entanto, é crucial desmistificar os fatos que a cercam, reconhecendo a diversidade de experiências dentro da comunidade transgênero e respeitando o direito de cada indivíduo de seguir sua própria jornada de parentalidade de acordo com suas necessidades e desejos pessoais.
Cada pessoa é única, e suas experiências e escolhas em relação à parentalidade devem ser respeitadas, independentemente de sua identidade de gênero. A capacidade de uma pessoa trans masculina de engravidar e dar à luz, assim como a de qualquer pessoa, é uma parte íntima de sua identidade e vivência. Portanto, é fundamental oferecer apoio e compreensão a todas as pessoas transgênero que desejam iniciar ou expandir suas famílias.
Em última análise, desmistificar a gravidez trans masculina é um passo importante em direção a uma sociedade mais igualitária e inclusiva, onde todas as pessoas têm o direito de construir suas famílias da maneira que desejam. Respeitar a identidade de gênero de cada indivíduo e oferecer apoio ao longo de suas jornadas de parentalidade é uma demonstração de acolhimento e respeito,, passo fundamental em direção a uma sociedade justa e humana.
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