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Embrião único

Embrião único é tendência em tratamentos de infertilidade

Mais mulheres estão tendo  um embrião único transferido por ciclo de fertilização in vitro, de acordo com uma pesquisa apresentada na 39ª reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE).

Dados preliminares do European IVF Monitoring Consortium (EIM) revelam que quase três em cada cinco (57,6%) de todos os procedimentos de fertilização in vitro (FIV) e de injeção intracitoplasmática de esperma (ICSI), em 2020, na Europa envolveram a transferência de um embrião único.

Cerca de um terço (37,6%) desses tratamentos, em 2020, envolveu a transferência de dois embriões, 2,1% envolveram três e a minoria (0,2%) quatro ou mais. Os números de 2019 foram de 39,9%, 2,6% e 0,2%, respectivamente.

A redução nas transferências de embriões múltiplos significou que o nascimento de um único bebê representa 88,8% de todos os partos de bebês nascidos do emprego das tecnologias de reprodução assistida em comparação com 87,7% no ano anterior. Uma minoria de nascimentos é de gêmeos (11%) e trigêmeos (0,2%), uma queda de 11,9% e 0,3%, respectivamente, em relação a 2019.

O número de ciclos de tratamento de 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2020 também apresenta uma ligeira queda em relação ao ano anterior, de acordo com informações preliminares de 1.326 clínicas em 38 países europeus.

Um total de 843.776 ciclos foram realizados em 2020 e mais de um milhão em 2019. No entanto, os autores dizem que o conjunto de dados ainda não está completo e o número de ciclos será maior quando os dados completos forem relatados.

O relatório representa a maior compilação de dados sobre reprodução assistida na Europa. Espanha, França e Alemanha estão entre os países com o maior número de ciclos de tratamento.

Segundo os autores, dois pontos chamam atenção:

  • As descobertas mostram que os nascidos vivos resultantes de tratamentos de fertilidade na Europa continuam a aumentar;
  • Campanhas para aumentar a conscientização sobre nascimentos múltiplos ajudaram a proteger a saúde das mulheres e de seus bebês. O aumento contínuo da transferência de um único embrião significa que as mulheres têm menos probabilidade de enfrentar complicações na gravidez e durante o parto.

“De maneira geral, os resultados mostram que os tratamentos de infertilidade se tornaram mais seguros para mães e bebês sem comprometer as taxas de sucesso”, afirma Sergio Gonçalves, especialista em Reprodução Assistida e diretor da Clínica Venvitre.

Nascimentos múltiplos são um fator de risco conhecido para complicações na gravidez e no parto e podem afetar o desenvolvimento da criança.

“Nossos esforços têm sido para que essa tendência – a transferência de um  embrião único – se mantenha, resultando em número cada vez maior de gestações únicas . As clínicas de reprodução precisam trabalhar para priorizar a segurança de pacientes que se submetem aos tratamentos de infertilidade e de seus filhos”, destaca o médico.

Dados do estudo

A apresentação durante a 39ª reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) revelou dados muito relevantes sobre o mercado europeu que merecem destaque:

  • Um total de 843.776 ciclos de tratamento foram realizados por 1.326 clínicas que oferecem serviços de tecnologia de reprodução assistida em 2020. Esses centros de fertilidade representaram 82% de todas as clínicas registradas nos países participantes;
  • A maioria dos ciclos de tratamento envolveu ICSI em comparação com apenas FIV (315.814 vs 135.803). O fato de a ICSI ter ultrapassado a fertilização in vitro reflete uma tendência que vem ocorrendo desde 2002;
  • O número de ciclos com embriões congelados foi de 279.126, comparável a 2019. Os óvulos doados foram usados em 60.521 ciclos de tratamento, 47.793 testes genéticos pré-implantação (PGT) foram realizados e 4.375 ciclos de congelamento de óvulos foram realizados;
  • Uma minoria de ciclos (344) apresentou maturação in vitro (IVM), que é uma técnica relativamente nova que não requer drogas hormonais. Isso porque, após a coleta, os óvulos são maturados no laboratório de embriologia, e não no corpo da mulher;
  • 209 instituições realizaram 199.362 ciclos de tratamento com inseminação intrauterina (IIU). Um total de 29 países usaram o sêmen do parceiro para IIU e 22 usaram o de um doador (147.711 ciclos versus 51.651, respectivamente);
  • Quinze países realizaram um total de 18.270 procedimentos de preservação da fertilidade, incluindo congelamento de óvulos, sêmen e tecido ovariano;
  • No geral, as taxas de gravidez clínica relatadas em 2020 para ciclos de embriões frescos foram semelhantes às observadas em 2019. Os números de fertilização in vitro por aspiração foram de 27,9% em 2020 versus 28,5% em 2019; e 32,9% em 2020 versus 34,6% em 2019 por transferência de embrião;
  • Para ICSI, as taxas foram de 24,3% e 32,2% em 2020 versus 26,2% e 33,5% em 2019, respectivamente, e 50,4% em 2020 versus 50,5% em 2019 para transferências de embriões a fresco com óvulos doados;
  • Essa tendência se repetiu para as taxas de gravidez usando embriões congelados por ciclo de descongelamento (34,6% em 2020 versus 35,1% em 2019) e usando óvulos congelados por ciclo de descongelamento (45,3% em 2020 contra 44,8% em 2019).
Dr. Sergio Gonçalves
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