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Doadoras de óvulos relatam satisfação

Doadoras de óvulos relatam satisfação

Pesquisadores compartilharam, durante o Congresso Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, os resultados de um estudo em que a maioria das doadoras de óvulos entrevistadas relatou sentimentos positivos sobre sua experiência de doação e a continuidade da boa saúde anos após o ato.

Os pesquisadores analisaram as respostas de uma pesquisa anônima feita com 36 doadoras de óvulos, que doaram material genético, entre 2008 e 2019, no Langone Fertility Center, na Universidade de Nova York.

A maioria das doadoras de óvulos tinha entre 25 e 30 anos no momento da primeira doação (54%). 40% doaram uma vez; 17% doaram duas vezes; outras 17% doaram três vezes; e 26% doaram quatro ou mais vezes. A maioria relatou sintomas pós-operatórios menores (51%) ou nenhuma complicação pós-operatória (34%).

81% das doadoras de óvulos entrevistadas disseram que tomariam a mesma decisão de doar novamente e um número semelhante estava interessado em manter contato com o programa para futuras atualizações. 58% disseram que recomendariam a doação de óvulos a outras mulheres e 63% relataram que estariam dispostas a doar em um programa aberto à divulgação de identidade de doação, caso estivesse disponível.

20% das doadoras tiveram atualizações em seus históricos médicos, relatando coletivamente duas novas alergias, um registro de epilepsia, anemia, colite colagenosa, doença fibrocística das mamas, remoção de lesão benigna de pele, disfunção ovulatória, trompas obstruídas, infertilidade sem causa aparente e miomas. Mais da metade das doadoras relatou ter recebido tratamento para depressão ou ansiedade. 63% não relataram atualizações no histórico médico da família.

Dos 30,6% das doadoras de óvulos que relataram gravidez, nenhuma necessitou do uso de tecnologias de reprodução assistida, mas 13% relataram mais de duas perdas gestacionais.

Todas aquelas que sabiam notícias de crianças que nasceram dos oócitos doados (31,3%) relataram sentimentos positivos sobre esse fato. “Embora o número de entrevistadas deste estudo seja pequeno, ele indica vantagens a serem obtidas pelo maior acompanhamento, a longo prazo, das doadoras de óvulos, pois precisamos compreender melhor os sentimentos e motivações dessas mulheres”, afirma Sergio Gonçalves, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Viventre. 

Sobre a doação de óvulos

No tratamento de Reprodução Assistida, a doação de óvulos é o processo no qual uma mulher permite que parte ou a totalidade de seus óvulos coletados, após estimulação ovariana, sejam utilizados para que outra mulher, denominada receptora, possa engravidar.

A prática da doação de óvulos no mundo está diretamente ligada à cultura e regulamentação local. O Brasil não possui leis para regulamentar esse processo. A regulamentação nacional desta prática se dá através de resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre normas éticas para utilização das técnicas de Reprodução Assistida.

“A utilização de óvulos de doadoras é uma opção clinicamente viável para mulheres que não possuem óvulos adequados para a obtenção de uma gestação saudável e a termo. As questões éticas e legais derivadas da doação de óvulos surgem da separação do vínculo genético e gestacional feminino. Nenhuma destas questões torna ilegal ou moralmente inaceitável a ovodoação como uma forma de tratamento de infertilidade”, explica Sergio Gonçalves.

Quando existe a indicação terapêutica para receber gametas doados (óvulos e/ou espermatozoides), é preciso que as pessoas envolvidas sejam muito bem orientadas, tirando todas as suas dúvidas em relação ao procedimento.

Dr. Sergio Gonçalves
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