Crianças nascidas por FIV se desenvolvem bem
Crianças nascidas por FIV não são menores, nem mais magras do que as crianças concebidas naturalmente, aponta uma pesquisa da Universidade de Bristol, publicada no JAMA Network Open.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores acompanharam mais de 150 mil crianças e descobriram que todas as diferenças presentes ao nascimento – menor peso, menor estatura – desapareceram por volta dos 17 anos. Portanto, os pais dessas crianças e os pacientes que estão fazendo tratamentos de infertilidade e irão se submeter à FIV podem ficar tranquilos.
“Desde o primeiro nascimento registrado por FIV, em 1978, surgiram preocupações sobre a saúde das crianças que nasceram com o emprego das Técnicas de Reprodução Assistida (TRA). Hoje, temos um corpo mais sólido de estudos que apontam que as diferenças iniciais de peso e tamanho se dissipam na adolescência e é improvável que elas tenham implicações na saúde a longo prazo”, afirma Sergio Gonçalves, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Viventre.
O estudo, que acompanhou mais de 158.000 crianças até a idade adulta incluiu cerca de 2,5% que foram concebidas por meio das técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. Foram analisados e comparados dados de altura, peso e IMC de crianças nascidas por concepção natural e com o emprego das tecnologias de reprodução assistida em diferentes idades. O percentual de gordura corporal e a circunferência da cintura também foram registrados.
As crianças eram oriundas de países da Europa – incluindo o Reino Unido – bem como da Austrália, Nova Zelândia, Canadá, China e Cingapura.
A análise estatística mostrou que as crianças nascidas por FIV, com menos de três meses de idade, eram cerca de 0,27cm mais baixas, em média, do que aquelas nascidas por concepção natural. Mas, à medida em que envelhecem, essa diferença diminui, e as crianças concebidas naturalmente são apenas 0,06 cm mais altas aos 17 anos, em média.
Uma tendência semelhante foi observada em relação ao peso: bebês eram 0,27 kg mais leves se fossem concebidos por métodos artificiais, em média. Na idade adulta, eles eram na verdade 0,07 kg mais pesados, no entanto. As crianças nascidas por FIV tinham um IMC 0,09 maior, quando completaram 17 anos, apesar de apresentarem um IMC 0,18 menor na infância.
Segundo os autores, as descobertas do estudo são um alívio para os pacientes que iniciam os tratamentos de fertilidade, pois reafirmam a segurança dos mesmos e alimentam a esperança dos pacientes de um dia terem seus próprios filhos saudáveis.