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Congelamento de óvulos

Congelamento de óvulos: coisas que você precisa saber

Muitas mulheres que não querem ter filhos agora estão postergando a gravidez, optando pelo congelamento de óvulos – uma solução que lhes permite tomar uma decisão sobre a maternidade no seu próprio tempo.

Entre 2010 e 2016, o número de mulheres americanas que congelaram seus óvulos disparou 880%, impulsionado pela retirada do rótulo de experimental do procedimento pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em 2012.

Até mesmo os empregadores notaram o crescente interesse na tendência de preservação da fertilidade, e mais e mais empresas começaram a oferecer os “benefícios de fertilidade”, dentre eles, o congelamento de óvulos.

Timing correto

Mas essa estratégia precisa ser feita com orientação apropriada. Uma pesquisa recente, a primeira desse tipo feita nos EUA, descobriu que, para a maioria das mulheres, o congelamento de óvulos infelizmente não resultará no nascimento de uma criança.

Apenas uma em cada três dentre aquelas que optaram por congelar seus óvulos acabará tendo um filho depois de passar por todo o processo, aponta o estudo – e essa taxa de sucesso cai drasticamente para as mulheres mais velhas.

O trabalho, feito por uma equipe de especialistas da Grossman School of Medicine e do Langone Fertility Center da NYU, apontou que a proporção de pacientes que acabaram tendo um bebê depois de passar por todo o processo de congelamento e uso de seus óvulos foi de apenas 39% – e o sucesso da taxa foi fortemente influenciado pela idade da paciente.

“Como isso pode acontecer? Isso tem a ver com o quão cedo (ou tarde) as mulheres decidem congelar os óvulos e quantos óvulos elas congelam”, explica o especialista em Reprodução Assistida, Sergio Gonçalves, Diretor da Viventre.

Os cientistas da NYU analisaram dados de 543 pacientes que descongelaram um total de 605 óvulos entre 2005 e 2020. A idade média das mulheres quando congelaram seus óvulos foi de 38 anos. O tempo médio entre congelar os óvulos e retornar à clínica para usá-los foi de 4,2 anos. A taxa de nascidos vivos por paciente foi de apenas 39%. Apenas bebês nascidos vivos ou pacientes que usaram todo o seu estoque de óvulos na unidade de Langone foram incluídos no cálculo da taxa de natalidade.

Aquelas que congelaram seus óvulos quando tinham menos de 38 anos tiveram maior probabilidade de ter um bebê como resultado do processo, com as mais jovens tendo uma taxa de natalidade de mais de 50%.

No entanto, apenas 8% das pacientes tinham menos de 35 anos quando passaram pelo primeiro ciclo de congelamento de óvulos; a paciente mais jovem tinha 27 anos. Oito em cada 10 pacientes tinham entre 35 e 40 anos e 12% tinham mais de 41 anos.

O estudo faz coro com uma pesquisa anterior que descobriu que as mulheres que congelam seus óvulos com mais de 40 anos provavelmente não terão um filho a partir deste procedimento. Cientistas do Imperial College London disseram que, embora o congelamento de óvulos seja uma opção viável para muitas mulheres,  elas “devem ser aconselhadas sobre os resultados ruins quando optam pelo congelamento de óvulos acima dos 40 anos”.

Quantidade suficiente

“Além da idade em que uma mulher decide congelar os óvulos, o número de óvulos congelados também é fundamental para o sucesso futuro. O estudo confirmou que quanto mais óvulos eram congelados, maior era a taxa de natalidade”, destaca Sergio Gonçalves.

No entanto, muitas mulheres não tinham óvulos armazenados suficientes para aumentar suas chances de ter um bebê. E, geralmente, o número de óvulos descongelados era muito menor entre as mulheres que congelaram seus óvulos em idade mais avançada.

Mulheres de todas as idades que tiveram pelo menos 20 óvulos maduros para descongelar viram suas chances de dar à luz aumentarem para mais de 58%, em comparação com uma taxa de natalidade de 24% entre aquelas que congelaram menos de 10.

O número médio de óvulos maduros descongelados por paciente foi de 12. As mulheres com menos de 38 anos tiveram uma média de 14 óvulos maduros para descongelar, enquanto aquelas com 41 anos ou mais descongelaram uma média de 9 óvulos maduros.

As mulheres com menos de 38 anos que descongelaram mais de 20 óvulos tiveram uma taxa de natalidade de 70% em comparação com uma taxa de natalidade de 36% daquelas da mesma faixa etária que usaram menos de 10 óvulos.

Mais uma vez, as mulheres mais velhas viram suas taxas de sucesso drasticamente reduzidas em comparação com suas contrapartes mais jovens, com mulheres com mais de 41 anos e menos de 10 óvulos tendo uma taxa de nascidos vivos de apenas 13%. Por outro lado, uma em cada três mulheres com mais de 41 anos e com pelo menos 20 óvulos teve uma gravidez bem-sucedida. 

Conclusões

Os pesquisadores que escreveram o artigo reconheceram que são necessários mais estudos com mais pacientes, mas defendem que este foi o maior do tipo já realizado nos EUA até o momento.

“À medida que a utilização dos óvulos congelados aumenta, os resultados devem ser publicados para que as pacientes possam tomar decisões informadas sobre seus prognósticos reprodutivos. As descobertas atuais mostram que o congelamento de óvulos é um método viável de preservação da fertilidade e apresenta taxas de sucesso semelhantes à fertilização in vitro” para cada faixa etária”, afirma o diretor da Venvitre.

Dr. Sergio Gonçalves
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