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Congelamento de Óvulos para preservar a fertilidade de pessoas transgênero

É possível preservar a fertilidade trans e realizar o sonho de constituir uma família com filhos. Conheça essa técnica!

O avanço incessante da medicina reprodutiva representa uma revolução transformadora no que diz respeito às escolhas reprodutivas, proporcionando uma gama crescente de oportunidades para indivíduos que buscam um planejamento familiar mais adaptável às suas vidas. No âmbito da comunidade transgênero, onde as nuances da identidade de gênero e os processos de hormonioterapia podem desempenhar papéis cruciais, o congelamento de óvulos surge como uma opção não apenas valiosa, mas muitas vezes essencial para preservar a capacidade reprodutiva.

Nesse cenário dinâmico, em que a busca pela autenticidade e a expressão da identidade de gênero muitas vezes se alinham à decisão de iniciar a hormonioterapia, a preservação da fertilidade se torna um tópico de extrema relevância. O congelamento de óvulos emerge como um aliado vital para aqueles que optam por esse caminho, oferecendo uma solução proativa e empoderadora para preservar a opção de parentalidade biológica no futuro.

Diante desse contexto complexo e multifacetado, este texto se propõe a aprofundar a compreensão da técnica do congelamento de óvulos, delineando não apenas os procedimentos técnicos envolvidos, mas também os impactos emocionais e sociais que essa decisão implica para pessoas transgênero que aspiram construir famílias com filhos no futuro.

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Qual a chance de engravidar com óvulos congelados?

O congelamento de óvulos é um procedimento que oferece a oportunidade de preservar a fertilidade mantendo a idade biológica dos óvulos. A viabilidade dos óvulos congelados, no entanto, está sujeita a diversos fatores. As taxas de sucesso variam, sendo que os fatores mais importantes que determinam o prognóstico é o número de óvulos e a idade dos mesmos quando foram congelados.

Estudos mostram que,a taxa de sucesso é mais alta quando os óvulos são coletados em idades mais jovens. No entanto, mesmo para pessoas transgênero que decidem realizar o congelamento em idades mais avançadas, a técnica oferece uma oportunidade valiosa de preservar a capacidade reprodutiva.

Qual a melhor idade para congelar óvulos?

A escolha da idade para congelar os óvulos é uma decisão crucial. Geralmente, a qualidade e a quantidade de óvulos diminuem com o avanço da idade, melhorando o prognóstico quando o congelamento é realizado em idades mais jovens. Para pessoas transgênero que desejam passar por um processo de hormonioterapia, por exemplo, antes de considerar a parentalidade, a decisão sobre o momento adequado para o congelamento de óvulos se faz necessária.

Idealmente, o congelamento de óvulos é mais eficaz quando realizado antes dos 35 anos. No entanto, avanços tecnológicos têm permitido resultados promissores mesmo para aqueles que optam por esse procedimento em idades mais avançadas. É importante discutir individualmente com profissionais especialista em reprodução assistida para avaliar a situação específica e determinar a melhor abordagem para cada caso.

Como é feita a coleta dos óvulos?

A coleta de óvulos é um processo delicado que envolve diversas etapas. Inicialmente, a pessoa passa por um protocolo de estimulação ovariana, no qual são administrados medicamentos hormonais para estimular a produção de vários óvulos em um ciclo menstrual. Esse processo é monitorado de perto através de exames de ultrassom e análises sanguíneas.

Uma vez que os óvulos atingem o estágio adequado de maturação, é realizada a punção ovariana. Este procedimento é feito sob anestesia e é guiado por ultrassom. Uma agulha é inserida nos ovários para aspirar os óvulos maduros. Após a coleta, os óvulos são imediatamente levados ao laboratório, onde são preparados para o congelamento. A técnica mais comum é a vitrificação, um método que envolve a rápida solidificação dos óvulos em nitrogênio líquido a temperaturas extremamente baixas.

Quando o congelamento de óvulos é indicado?

O congelamento de óvulos é indicado em várias situações e, para pessoas transgênero, torna-se uma ferramenta valiosa ao considerar a preservação da fertilidade. Entre os cenários em que o congelamento de óvulos é aconselhado estão:

População transgênero

Para aqueles que desejam passar por tratamentos hormonais ou cirurgias de redesignação sexual, o congelamento de óvulos antes desses procedimentos é uma maneira de preservar a fertilidade. Mesmo quando o homem trans já se encontra em tratamento de hormonioterapia, com supressão da função ovariana pelo uso de hormônios como a testosterona, a suspensão temporária deste tratamento permite a retomada da função dos ovários e uma ótima resposta ao estímulo para congelar os óvulos.

Adiamento da Parentalidade

Pessoas cis ou transgênero que desejam adiar a parentalidade por razões pessoais ou profissionais podem recorrer ao congelamento de óvulos como uma forma de preservar a viabilidade dos óvulos em idades mais avançadas.

Riscos de Infertilidade

Quando há riscos conhecidos de infertilidade, como condições médicas ou tratamentos que podem afetar a fertilidade, o congelamento de óvulos oferece uma oportunidade de preservar a capacidade reprodutiva. Um exemplo é a quimioterapia para tratamento de câncer, que pode comprometer de forma irreversível a reserva ovariana. Nestes casos, sempre juntamente com acompanhamento do oncologista, os óvulos podem ser congelados antes de iniciar o tratamento quimioterápico.

Escolha de Parceiro ou Parceira

Para pessoas transgênero que ainda não decidiram sobre um parceiro ou parceira de vida, ou que cogitam a possibilidade de uma gestação solo, o congelamento de óvulos proporciona flexibilidade ao permitir a escolha do momento adequado para iniciar a construção da família com filhos.

Conclusão

O congelamento de óvulos representa uma conquista notável no campo da medicina reprodutiva, proporcionando a indivíduos, incluindo pessoas transgênero, a oportunidade de preservar sua fertilidade. Ao oferecer uma abordagem flexível para o planejamento familiar, esta técnica não apenas permite a adaptação às necessidades individuais, mas também desafia as limitações temporais impostas pela biologia.

É crucial que pessoas transgênero explorem essa opção em consulta com profissionais de saúde especializados em medicina reprodutiva e saúde LGBTQIA+. Neste contato, é possível compreender juntamente com o profissional a jornada da fertilidade de cada paciente.

A decisão de congelar óvulos é pessoal e deve ser tomada com base em informações detalhadas sobre o processo, considerações éticas e expectativas realistas.

Em última análise, o congelamento de óvulos não apenas oferece a possibilidade de preservar a fertilidade, mas também representa um passo significativo em direção à inclusão e respeito à diversidade de experiências reprodutivas. Ao proporcionar opções de planejamento familiar adaptadas às necessidades individuais, a medicina reprodutiva continua a evoluir, promovendo uma abordagem mais inclusiva e compassiva para todos.

Pensa em preservar sua fertilidade para que o sonho de ter filhos seja concretizado no futuro? Entre em contato, agende já sua primeira consulta e tire todas as dúvidas sobre congelamento de óvulos!

Dr. Sergio Gonçalves
Vamos começar a sua jornada da fertilidade?